terça-feira, 31 de julho de 2007

Algo nesse exato átimo de segundo brota em mim. Sou um terreno fértil para todo o tipo de sementes. Não distingo o joio do trigo. Depois de colhido, olho para esse ser que sai de mim, e não o batizo. Deixo ele procurar terreno pelo mundo e que o dêem nome.

Agora vai ser diferente. Este tem algo de especial por vir de uma terra que já ia se tornando esteril na sua possibilidade de dar novas vidas. Dela não esperava mais nada, a não ser sustentar as velhas árvores retorcidas que definhavam e só olhavam para baixo. Os frutos podre de enxofre eram o que a alimentava e ao mesmo tempo envenenava.

Esse ser nasce sem esforço e sem dor. Tem vontade própria de vida e me arrasta consigo em uma cadência que se torna a minha até não ser mais possível se distinguir de quem é cada membro. Como um samurai cuja vida é tão éfemera quanto a da flor da cerejeira, seguimos juntos, com lealdade só ao ser que nos tornamos. Homem e seu fruto. Homem-fruto.

Um comentário:

Helder Thiago Maia disse...
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