terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Qualquer coisa de belo

Algo que fiz hoje me fez perceber que só os idiotas estão seguros no mundo. O peso do mundo é o amor, se apaixonar e se deixar amar. Mas prefiro sentir muito as coisas e ficar fudido do que desejar pouco.

Bebida e música. Piadas. Tudo parece familiar e estranho ao mesmo tempo. Você apareceu aqui como se pertencesse a outra era, absurdamente belo e misterioso, não me disse uma palavra. Mas te procurei por toda a noite, congelado em inúteis delicadezas. Danço de olhos fechados, fazendo o meu número de garoto despreocupado e protegido e detestei cada um naquela boate que me olhava, apenas por não ser você. Podia sentir o hálito do seu corpo e o calor das suas mãos. Quando penso que Naquele instante te abracei e você estava tão intensamente presente. Queria me prender naquele momento fugaz. ”Haja o que houver isto é felicidade. Não posso desejar nada melhor.” Por alguns minutos pude viver a perfeição. Estar com você é como ter o sol sobre a pele. Colada a teu corpo, a minha desordem. Mas você partiu. Vi você se distanciar e ficou muito, muito frio. Olho você se perder entre as pessoas, seus passos se misturam a uma finalidade ausente. Desvio o rosto, não devo me deter tempo demais esperando encontrar seus olhos. No fundo de mim mesmo sua imagem me assombra, sua juventude e seu desejo por felicidade, cruelmente me lembram da minha idade e da impossibilidade de felicidade para mim. Esperei você com uma constância absurda, mas me cansei tanto que fui embora.

Me tornei especialista em últimos olhares. Tive medo que fosse um desses, mas tive mais medo ainda de te amar. Não quero amar você. Não vou, pois vai doer.

Um comentário:

Jessy disse...

Lindo texto!
Me vi nele...
Beijos, Dan!